domingo, 28 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Legolejo: Primeiro passo
Legolejo, aglutinação das palavras "lego" e "azulejo".
Algo no seguimento daquilo que tenho vindo a fazer com azulejos mas aplicado ao Lego. São os primeiros passos dum projeto paralelo e com fortes ligações aos demais (um dia teorizo esta breve descoberta pessoal). Fui ao caixote que ficou da minha infância e, depois de separar as peças por cores, retirei as que me interessam. Neste caso são as peças simples (em leguês, 1X1 3005) das cores azul, branco, amarelo e verde e mais umas placas.
No final da triagem tinha este monte de peças. São cerca de uma centena. Assim de repente, cem parece um número grande. Contudo, se pensarmos que precisarei de dez mil peças destas, a coisa muda de figura. Mas alguém inventou o eBay e a própria Lego vende avulso e já há mais peças destas no correio entre o mundo e o meu canto.
Nem para uma primeira experiência as peças chegaram, mas creio perceber-se o que se seguirá. Assim que tiver mais passos dados com segurança, eu atualizo isto.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Fernando Pessoa: Mar português
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filho em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Fernando Pessoa: D. Dinis
D. Dinis
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
Fernando Pessoa
sábado, 20 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
Fernando Pessoa: O mostrengo
O mostrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”
“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que eu só posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu e disse:
“El-Rei D. João Segundo!”
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
Fernando Pessoa
sábado, 13 de junho de 2009
Se o meu dono falasse: 26 de janeiro de 2009
Se o meu dono falasse eu não precisaria deste espaço para nada. Poderíamos falar de imensas coisas, os dois. Dos livros que ele anda a ler e deixa pela casa que depois eu leio enquanto ele dorme, dos jogos cujos níveis difíceis eu passo enquanto ele faz uma pausa ou do porquê de não me ter acontecido o mesmo que àqueles gatos que dos telhados vejo do lado de dentro das janelas e dos passeios que, graças a isso, dou nestas noites de janeiro. Discutiríamos questões bem mais sérias como o porquê de a minha tijela não estar sempre cheia de comida ou ele sempre sentado por forma a que eu possa repousar no seu colo. Sei lá, tanta coisa que eu lhe diria se o meu dono falasse.
26 de janeiro de 2009
Almada, o gato
quinta-feira, 11 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Mário de Sá-Carneiro: Fim
Fim
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá-Carneiro
Gare de mim.
As coisas dentro de mim nunca estão muito tempo quietas ou arrumadas. Há sempre alguma coisa a chegar, outras a partirem e muitas a não saberem que rumo tomar. No fundo, sinto a minha mente como uma gare, uma gare de mim.
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