Se o meu dono falasse eu não precisaria deste espaço para nada. Poderíamos falar de imensas coisas, os dois. Dos livros que ele anda a ler e deixa pela casa que depois eu leio enquanto ele dorme, dos jogos cujos níveis difíceis eu passo enquanto ele faz uma pausa ou do porquê de não me ter acontecido o mesmo que àqueles gatos que dos telhados vejo do lado de dentro das janelas e dos passeios que, graças a isso, dou nestas noites de janeiro. Discutiríamos questões bem mais sérias como o porquê de a minha tijela não estar sempre cheia de comida ou ele sempre sentado por forma a que eu possa repousar no seu colo. Sei lá, tanta coisa que eu lhe diria se o meu dono falasse.
26 de janeiro de 2009
Almada, o gato